Mãe Terra recebe sua Filha
A mãe Terra recebeu em seu corpo, no retorno natural de
nossa curta existência neste planeta, uma de suas mais queridas e generosas
filhas.
Em 04 de maio de 2012, a poucos dias, quando
lembraremos os dez anos da passagem de José Lutzemberger (14/05/2002), foi
entregue à mesma terra que nos concebeu seres humanos, o corpo da ambientalista
ativista pelos direitos sociais, indígenas e ambientais, a senhora Hilda
Zimmermann, 89 anos.
Nascida em 25 de abril de 1923, esta ativista
militou e aderiu todas as causas que julgava serem úteis à sociedade e as
pessoas, fossem elas crianças de rua, índios ou a natureza que ela ensinou ser
‘patrimônio’ a ser cuidado por todos.
Hilda, após oito décadas de vida devotada as
causas, continuava participativa e militante, fazendo parte de Mesas de
Autoridades, como na Fundação do MoGDeMA/RS, no ano de 2008, ou nas ruas em
2010 aproximando-se do Partido Verde no período em que Marina Silva esteve na
sigla.
Foi uma ‘sonhática’, como muitos tantos, quase
20 milhões de brasileiros que sabem que nosso progresso só ocorrerá quando a
palavra “desenvolvimento sustentável” deixar de ser usada como um chavão na
boca dos mesmos neoliberais de sempre e ‘ecologistas’ de ocasião, quando muitos
pintam seus produtos de ‘verdes’ ou querem imitar algo que não se aprende na
escola normal, mas sim na escola ‘dos sábios e da vida. ’
Quando o ‘desenvolvimento sustentável’ na
prática seja cultura e não obrigação ‘da moda’, quem sabe se descortinará um
mundo melhor que acreditamos irá existir.
Ela, como sábia que era, mesmo em avançada
jornada na defesa da causa ambiental no planeta, ainda estava atenta aos fatos
e mantinha seu dedo em riste e fala motivadora, quando acusava com enorme
propriedade o descaso e abandono dos parques estaduais e reservas de proteção
ambientais pelos Governos que se sucederam no poder por décadas, sem que o meio
ambiente estivesse nas prioridades públicas e políticas de Estado.
Naquela ‘mesa de honra’ na fundação do
MoGDeMA/RS, estavam presentes homens e mulheres que somadas suas idades,
tínhamos em nossa frente mais de ‘um milênio’ de conhecimento e sabedoria.
E o que hoje demanda nos movimentos
ambientais no Brasil, senão, justamente aquilo que nossos mestres nos
ensinaram: conhecimento, sabedoria e uma ousadia peculiar que só existe
naqueles que não possuem apenas coragem, mas desconhecem o ‘medo’ quando se
defrontam com a injustiça e o atentado aos bens coletivos da natureza e da
sociedade.
A ambientalista ativista, Hilda Zimmermann, a
partir deste dia 04 de maio de 2012, data de sua entrega, repousa na terra do
Cemitério Evangélico, em Porto Alegre.
Por
Julio Wandam
Ambientalista
Os
Verdes de Tapes/RS
GTCOM/REDE
Os Verdes/RS
Membro
RAARS - Brasil
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